Dr. Rubem A. Mariano
Psicólogo - CRP 08/14994
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No contexto atual, o ambiente laboral tem experimentado transformações profundas, impulsionadas por avanços tecnológicos, novas dinâmicas sociais e variações nas expectativas dos trabalhadores. Tais fatores ressaltam a urgência de investigar as implicações da saúde mental e emocional no trabalho, especialmente em relação a modelos de jornada, como a escala 6x1, que apresentam desafios significativos e impactos diretos na qualidade de vida dos colaboradores. Principalmente, de boa parcela de trabalhadores e trabalhadoras que atuam nos setores ou áreas que trabalham com a escola 6X1, como: prestadores de suporte ao cliente; vendedores de loja; manutentores de equipamentos; operadores de telemarketing; pessoal que trabalha em restaurantes; padarias; supermercados; farmácias; comércios de rua e shopping centers; segurança; telefonia e transporte público.
Um dos fatores
preponderantes que afetam a saúde mental no trabalho contemporâneo é a tecnologia
e a conectividade. A onipresença de dispositivos digitais estabelece uma
expectativa incessante de disponibilidade, resultando em sobrecarga de
trabalho. Os profissionais frequentemente se veem compelidos a responder a
e-mails e mensagens fora do horário convencional, o que dificulta a desconexão
e contribui para o desenvolvimento de estresse crônico.
Embora o trabalho
remoto ofereça uma flexibilidade apreciável, também apresenta desvantagens
consideráveis. O isolamento social e a confusão entre as esferas profissional e
pessoal podem precipitar distúrbios de saúde mental, como ansiedade e
depressão. A ausência de interação face a face pode exacerbar o sentimento de
solidão, enquanto a falta de limites definidos entre o trabalho e o lazer
compromete o bem-estar emocional dos indivíduos.
A cultura da
produtividade, que permeia muitas organizações, enfatiza a obtenção de
resultados a qualquer custo. Essa pressão contínua pode induzir ao burnout,
caracterizado pelo esgotamento emocional e pela sensação de inadequação. A
imposição de expectativas irrealistas, aliada à insegurança no emprego,
decorrente da instabilidade econômica, cria um ambiente de trabalho tóxico, no
qual o medo e a ansiedade tornam-se sentimentos predominantes.
Além disso, a promoção da
diversidade e inclusão no ambiente de trabalho é fundamental para a
saúde mental. A ausência de um espaço inclusivo pode resultar em discriminação
e sentimentos de exclusão, impactando negativamente a autoestima e a motivação
dos colaboradores. As mudanças rápidas nas estruturas organizacionais podem
causar estresse e resistência, uma vez que os trabalhadores enfrentam a
necessidade constante de se adaptar a novos processos e tecnologias.
A escala 6x1, que
estabelece uma jornada de trabalho de seis dias seguidos por um dia de folga,
exemplifica de forma contundente como a estrutura de trabalho pode impactar a
saúde mental. Os argumentos contrários a essa modalidade são evidentes. A
exaustão física e mental resultante de longas jornadas laborais podem levar ao
aumento do estresse e da insatisfação. Ademais, essa rotina dificulta o
equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, reduzindo o tempo disponível
para descanso e atividades recreativas.
Os problemas de saúde
associados a essa carga horária intensa são alarmantes. Pesquisas indicam uma
correlação entre jornadas prolongadas e a incidência de condições como doenças
cardiovasculares, distúrbios do sono e problemas psicológicos. A falta de flexibilidade
na escala 6x1 pode não atender às necessidades individuais dos trabalhadores,
resultando em moral baixa e alta rotatividade.
Diante dos desafios
apresentados, torna-se imperativo que as organizações reavaliem suas práticas e
priorizem o bem-estar emocional de seus colaboradores. A implementação de
políticas que promovam um ambiente de trabalho saudável, que inclua suporte
psicológico, flexibilidade nas jornadas e uma cultura inclusiva, pode ser um
passo significativo para a melhoria da saúde mental no trabalho.
Portanto, os tempos modernos impõem uma série de desafios que exigem uma reflexão crítica sobre a saúde mental no ambiente de trabalho. A escala 6x1, em particular, ilustra a necessidade de equilibrar produtividade e bem-estar, assegurando que os trabalhadores tenham a oportunidade de prosperar em um ambiente que valorize não apenas os resultados, mas também a saúde e a satisfação de seus colaboradores. A mudança é imprescindível, e é responsabilidade de todos os envolvidos no mundo do trabalho contribuir para a construção de um futuro mais saudável e equilibrado.
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